domingo, 13 de novembro de 2011

O dom da Ressignificação!

Para a Neurolinguistica, ressignificação é um método utilizado para que as pessoas possam atribuir novo significado à acontecimentos, através da mudança de sua visão de mundo, percebendo-o de maneira mais agradável, proveitosa e eficiente.

Mas, explicações teóricas a parte, vamos à prática. A vida é prática, mesmo sendo complexa.

Tenho treinado diariamente esta capacidade de ressignificar, seja em pequenas coisas ou em grandes sentimentos e lembranças. Desde ir à um lugar que te trazia lembranças nada agradáveis, até perdoar aquela pessoa que te magoou profundamente.

Neste processo, identifiquei algumas etapas:

1) Reviver: Importantíssimo para o processo de ressignificação. Colocar-se em contato novamente com aquele estímulo que antes poderia ser aversivo, e, através de novas contingências e vivências, torná-lo agradável. Ir à um restaurante que te deixou más recordações, seja pela última companhia, ou pelo prato servido, é uma ressignificação importante. Além de reviver o momento, o resultado, naturalmente, será diferente. Novas risadas, novos sentimentos, novos abraços, nova vida. Afinal, ela se renova diariamente.

2) Repensar: Se a situação anterior deixou resquícios não agradáveis, é melhor repensar sobre ela. Mas o que ela trouxe, de forma geral? Quais foram os aprendizados? O que eu não quero viver denovo? Repensar, trazer a tona, e, reviver.

3) Ressignificar: Revivemos, repensamos e agora, ressignificamos. Damos nova cor ao que passou, nova vida, novo significado, enfim. O medo transforma-se em coragem, a vontade de fugir em vontade de correr, a raiva em (novo) amor.

4) Mudar: Depois deste logo, e por vezes doloroso processo, algo de diferente irá acontecer. Por menor que seja, a mudança vai surgir. E ela é significativa, independente do tamanho. Se os passos anteriores forem feitos corretamente, você já mudou. Se você se permitir reviver situações, repensar decisões, ressignificar verdades, pronto, você já mudou.

E que bom que temos estas oportunidades na vida. Porém, não adianta saber o que e o como fazer se não dermos o primeiro passo. O vencedor da maior maratona do mundo começou com um primeiro passo. O andarilho começa com um primeiro passo. E eu já dei o meu.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Para meus amigos: Antes virtuais, agora reais.

Quem fala que internet é fria, não fez os amigos que fiz. Costumo repetir esta frase sempre, principalmente para meus amigos, antes virtuais, agora reais.

Neste último ano meus períodos na internet, em especial nas redes sociais, aumentou consideravelmente. Primeiramente em função das atividades do Grupo Unidos pela Vida (http://www.unidospelavidafc.com.br), e, naturalmente, para distração nos dias e dias de hospital, entre um livro e outro.

Navegando na imensidão da rede mundial, esbarrei - e acredito que nada é por acaso - em pessoas fantásticas. Pessoas que me tornam mais forte diariamente, pessoas que me transmitiram inúmeras lições, pessoas que revelam-se motivadas ao conhecer minha história, enfim, pessoas inspiradoras.

Hoje, felizmente, muitos destes amigos virtuais agora são reais, e já passamos horas conversando entre abraços e gargalhadas, deixando a rede mundial de lado e usufruindo das coisas simples da vida.

Porém, algumas pessoas marcaram muito neste período. Duas meninas, para ser mais precisa. A Ana Luiza (http://www.vidanormal.blogspot.com/) e a Gabriela (@gabinacozinha - http://dedentrodopeito.blogspot.com/). Conheci estas princesas através de amigos, de hashtags no Twitter desejando força para elas (#ForçaAnaLuiza e #RaspandoPorGabi). A Ana ainda era pequenina e não acessava internet, quem postava era sua maravilhosa mãe Carol Varella. Já a Gabi era minha companheira de internamentos. Estávamos no hospital, cada uma na sua cidade, ela tratando de câncer e eu da fibrose cística, e conversávamos sobre diferentes assuntos. Em poucos momentos falávamos sobre nossa saúde, ou sobre a falta dela. Demos muitas risadas frente a tela do computador, como se estivéssemos num delicioso passeio no parque.

Porém, a passagem destes anjos na minha vida terrena foi breve. Ana, nossa pequena princesa, transformou-se em uma linda estrela em Julho deste ano. Já a nossa amável e doce Gabriela foi encontrar a Ana e iluminar nosso céu ontem, dia 19/09/11... Foi difícil, ainda é e será por um bom tempo, mas nenhuma das duas gostaria de nos ver chorando, ou tomados pela tristeza.

Sabemos, e elas também sabiam, que a saudade é a dor que fica. No entanto, tanto uma quanto outra nos ensinava diariamente a força de um sorriso, o poder da alegria e o quanto vale a pena lutar até o fim, de pé.

Nenhum das duas desistiu. Eu não desisto. Outras milhares de pessoas também não. E espero que o mundo esteja tomado pela alegria e exemplos que Ana e Gabi nos deixaram, e que com certeza elas continuarão nos enviando boas energias em formato de luz, e embelezando nosso céu com estas duas novas e lindas estrelas.

Amo muito vocês duas, meus anjos da guarda.

* Carinhosamente, dedico esta bela e significativa canção para todos meus amigos virtuais, reais, de dentro do coração, interpretada pela querida Fafá de Belém, mãe de uma outra grande amiga da Gabi, a Mariana Belém. O vídeo não está dos melhores, mas a emoção é a mesma.

"Pois seja o que vier, venha o que vier... Qualquer dia, amigA, eu volto a te encontrar. Qualquer dia, amiga, a gente vai se encontrar..."


domingo, 31 de julho de 2011

Até onde sabemos, temos somente o agora como garantia de felicidade, de vida, de sentimento. Garantias necessárias para que possamos usufruir do que nos cabe: o presente.

E é realmente um presente poder escolher a forma pela qual iremos aproveitar este momento. Você pode se privar de muitas coisas, evitá-las movido pela racionalização, ou, simplesmente, permitir-se viver. Viver com plenitude, com excelência, com vontade e desejo.

Sentir todos os gostos, abraçar com amor, beijar com o coração, respirar com a alma, massagear com energia. Um lugar para sentar, uma boa companhia e algumas horas disponíveis já são mais do que suficientes para sentir a plenitude da felicidade.

E eu posso afirmar que sou plenamente feliz.




quarta-feira, 22 de junho de 2011

Permita-se.

Aquela dor mexeu comigo. Não era uma dor física. Era pior. Era dor no coração, dor forte de tristeza intensa. E levante a mão quem acha que esta não é a pior dor do mundo.

Não era tristeza no coração por falta de amor. Amor, graças a Deus e aos meus amigos maravilhosos, tenho de sobra. Carrego comigo só amor puro, verdadeiro, sincero, honesto, que demonstra sem vergonha, que assume sem medo.

Não era tristeza por falta de algo material que eu quisesse. Por mais que isto não deva ser prioridade na vida de ninguém, há muitas coisas que precisamos impreterivelmente para a nossa sobrevivência. Mas não, não era nada disso.

Era uma tristeza forte, que me fazia chorar incontrolavelmente. Sem saber o por que.

Ao invés de me irritar com este sentimento desconhecido, deixei-o fluir. Permiti que ele adentrasse no coraçãozinho que já estava despedaçado.

Aos poucos ele foi tomando conta dos meus músculos, tensionando-os. Passou para a cabeça, apertou meus olhos, esquentou minhas mãos. Deixou minhas pernas fracas, meus braços doloridos. Em poucos minutos o corpo todo estava inteiro tomado por uma horrível tensão. Mas o que isso tudo queria me dizer?

Que eu precisava ficar mais comigo. Que eu precisava chorar mais. Que eu precisava valorizar mais as minhas dores. Que eu precisava aceitar que uma rocha também tem farelinhos, também é formada por pequenos pedacinhos, assim como eu me sentia naquele momento... Um farelinho de um todo que eu já não suportava mais.

Aos poucos, deixei esse sentimento fazer seu trabalho, permiti que ele me trouxesse todo este aprendizado, convoquei as abençoadas lágrimas e pedi para que terminassem a limpeza espiritual que havia feito. Me senti muito próxima de Deus e do universo que conspira ao meu favor, mesmo que, quase sempre, a gente pense o contrário.

Me permiti chorar. Me permiti gritar de raiva, de ódio, de tristeza profunda. E aos poucos tudo foi passando, a tranquilidade voltando, os músculos descontraindo, o corpo esquentando, e a cabeça foi ficando leve.

Romper um ciclo antes do seu término faz com que uma lacuna fique aberta em nossas vidas. Precisamos permitir inclusive que ciclos ruins terminem com a naturalidade que lhe é peculiar.

E então, renovada, abri a cortina e fui absolutamente presenteada pelos céus com um final de tarde cor-de-rosa. Do jeito que eu amo. Afinal de contas, a cor que meu dia tem é decorrente das minhas escolhas. Poderia ter deixado-o absolutamente negro quando aquele sentimento bateu a minha porta. Mas não.

Assim como as nuvens negras vieram, permiti que trouxessem a tempestade. Tinha a certeza de que em seguida o sol viria para esquentar o coração e trazer alegria novamente, enfim.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais e Mais.

Numa tarde fria, uma amiga muito querida me diz: "Vero, eu e você precisamos escrever mais".

Kézia também é apaixonada por escrever e tem um blog bem bacana, clica aqui para conhecer! ;)

Aquela frase esquentou meu coração de um jeito e a certeza de que precisamos expor nossos sentimentos sem vergonha alguma se fez presente.

Vivemos em um mundo frio, difícil, onde tomamos cuidado para dizer "eu te amo" ou "você é importante para mim". Somos cautelosos, não que não seja necessário, mas cuidamos demais daquilo que pode muito bem viver por si só, com o sopro da vida.

Temos medo de nos machucarmos mais até do que cair de bicicleta, ou do que de bater o carro. Ah, levante a mão quem acha que machucado físico dói mais do que coração partido. Eu não concordo...

Minha mãe sempre me diz: "Filha, cuidado para não se machucar, te quero feliz...". Não sei se é meu signo libriano que me deixa assim, mas gosto de contar o que sinto, de compartilhar. Se eu cuido? Claro que cuido. Não faço aqui uma apologia aos gritos de eu te amo sem pensar, mas acho que se as pessoas tivessem menos medo de VIVER, de se apaixonar e de sentir, o mundo seria melhor. Ou pelo menos o mundo dela.

Já sofri por ter dito algo que não deveria, mas ao mesmo tempo fui mais feliz por ter dito do que por ter dormido com o pensamento "por que é que eu não falei nada!!!".

Ame. Sinta. Chore. Grite. Lute. Perdoe. VIVA.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sou feliz por ser assim.

Como alguns de vocês sabem, descobri que tenho Fibrose Cística em Outubro de 2009. Esta doença é genética, ainda sem cura e progressiva, e seus principais sintomas são: pneumonia de repetição, tosse crônica, dificuldade em ganhar peso e estatura, etc.

Desde que descobri, iniciei um trabalho de divulgação dos sintomas a fim de que as pessoas ao meu redor pudessem conhecer melhor e ajudar alguém, visto que eu passei 23 anos se diagnóstico e ela já está num estágio avançado em virtude desta demora da descoberta.

Fundei então o Grupo Unidos pela Vida (www.unidospelavidafc.com), que, para nossa alegria, está indo super bem. Ele nunca foi meu e hoje ele é do mundo, amém! ;)

Um dos trabalhos que fazemos é ministrar palestras e aulas voluntariamente, para diferentes públicos, contando uma nova história, uma "história de fibra", na esperança de que a corrente do bem continue e que estas pessoas levem este novo conhecimento adiante.

E hoje, 12.05.11, foi um dia bem marcante neste processo de Palestras do Unidos pela Vida. Fui convidada por uma amiga para ministrar esta palestra com cunho motivacional, contando o que é a Fibrose Cística, como foi a minha peregrinação até o diagnóstico e a fundação do Grupo para uma equipe de aproximadamente 30 profissionais da saúde de um hospital municipal de uma cidade da região metropolitana de Curitiba.

Já ministrei palestras e treinamentos para mais de 1000 pessoas durante meus anos em Recursos Humanos. Mas falar sobre o meu amor pelo Unidos, falar sobre a minha história e sobre meu sonho de divulgar cada vez mais e tentar doar mais vida às pessoas, me trava a garganta, me estremece as pernas, me amolece o coração...

Confesso que a noite passada não foi das melhores, e talvez tenha entrado para o Top 10 das piores. Acordei com dor de cabeça, indisposta, com vontade de ficar na minha cama quentinha durante várias horas, sem ser incomodada. Mas a vontade de fazer o bem é maior. Não posso ser egoísta a ponto de dormir com a informação na minha cabeça, quando outras pessoas que ainda não conhecem podem precisar dela...

Dito e feito. Fiz a pergunta "quem já ouviu falar em Fibrose Cística?". Imaginei que daquelas pessoas de branco, pelo menos mais da metade levantaria a mão, afinal de contas são profissionais da saúde, atuam dentro de um hospital. Duas levantaram a mão... E não conhecem a FC por já terem trabalhado com isto, conhecem porque perderam entes queridos em virtude das complicações da FC...

E, neste momento, quando vi que todos aqueles anjos de branco que tanto nos ajudam quando precisamos, que tanto convivem com pacientes que, por muitas vezes, estão à mercê de um diagnóstico impreciso ou da falta de um diagnóstico, pensei: "Que bom que criei forças e não desanimei do meu objetivo. Que bom. Muitas pessoas precisam desta informação..."

E mais uma vez o mundo provou para mim o quanto o nosso Grupo Unidos pela Vida - por muitas vidas - tem feito a diferença. Vamos continuar... Vou continuar. Tenho orgulho de ser uma "pessoa de fibra" e por ter amigos e familiares como os meus que acreditam, sonham junto, e abraçam a causa pelo bem dos outros...

Sou feliz por ser assim.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nós, mulheres apaixonadas...

Somos doces, mas ao mesmo tempo, ácidas.
Somos inteligentes, mas nossa experiência, títulos e diplomas não nos ajudam em nada na matéria amor.
Somos cuidadosas, mas em alguns momentos, não lembramos de nada disto.
Somos queridas, mas por vezes somos irritantes.
Somos atraentes, mas em determinados momentos causamos repulsa.
Somos cheirosas, mas há momentos em que nosso cheirinho deixa de ser de o melhor.
Somos princesas, mas também somos bruxas.
Somos intensas, mas por muitas vezes, isto faz mal.
Somos impulsivas, e, neste momento, somos burras.

Ser doce, inteligente, cuidadosa, querida, atraente e cheirosa são quesitos básicos para que possamos assumir o papel de princesa quando encontramos aquele que nos faz pensar: "é o homem da minha vida".

Neste mesmo papel, há também o momento vilã. O momento em que sentimos que algo de errado está acontecendo. Ou não. E por muitas vezes não.

Mas somos intensas e impulsivas. E isto faz com que o não-quase-sim torne-se a pólvora do gatilho que não deveria ter sido acionado, afinal de contas somos inteligentes, independente de títulos e diplomas. Acionar este gatilho faz mal, sabemos disto, mas repentinamente ele nos torna "burras" que, quando vimos, acionado está.

E aí vem aquela parte da peça em que não gostaríamos de assistir, muito menos de ter escrito. Fica a critério de cada um visualizá-la neste momento.

Mas tudo isto tem um nome: Paixão. Paixão intensa decorrente de um cuidado nunca visto, de uma química + física nunca antes vivida, de uma troca de olhares estonteante, de um abraço caloroso, de dias e dias deliciosos, de ver tudo o que você sonhou tornando-se realidade alí, bem na sua frente. E o melhor: com você.

Por isto, compartilho aprendizados da última noite de não-sono. Ame, mas ame intensamente. Demonstre seus sentimentos. Não deixe os dias passarem com um "eu te amo" engasgado na garganta por ainda não ter encontrado o melhor momento para dizê-lo.

Sente? Diga. Fale. Expresse. Mas cuide com a intensidade e com a impulsividade. Afinal de contas, nós, mulheres apaixonadas, somos absolutamente inteligentes pois não acreditamos na teoria fútil que diz: "pega-mas-não-se-apega". Nos apegamos sim. Intensamente.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Obrigada por ESTE dia.

Há muitos anos, ao fazer minhas orações durante o dia ou antes de adormecer, eu agradeço por ESTE dia, e não por MAIS UM dia.

Quando pronuncio "obrigada por mais um dia", tenho a sensação de marcar com um "X" no calendário, como uma contagem regressiva para algo que quero que acabe ou que chegue logo. E meu dia não se resume nisto.

Meu dia se resume como O melhor dia da minha vida. Naquele dia inesquecível, às vezes incompreensível, mas absolutamente incomparável ao amanhã e ao ontem. Não estou fazendo contagens regressivas na vida, exceto datas comemorativas previamente marcadas - o que é bem gostoso de fazer. Mas, não fico verificando quantos dias do mês já se passaram ou quantos ainda temos. O que importa é o hoje. O agora. O "como" estamos, mesmo que por muitas vezes o como não é como gostaríamos, mas devemos sempre crer que estamos melhores do que poderíamos, ou por que não até do que merecíamos, por muitas vezes.

Sabem bem o quanto eu não gosto e o quanto, ao mesmo tempo, gosto de ficar no hospital. É contraditório, eu sei. Ninguém gosta de ficar internada, nem eu. Mas se estou é porque preciso. Se estou, é porque graças a Deus tenho condições. Se estou é para o meu bem. E se estou, agradecerei por este dia ao invés de reclamar por mais um dia no hospital... Agradeço sim mais um vez por cada gotinha de medicamento que corre em minhas veias, agradeço por cada mensagem, por cada abraço, por cada colo, por cada lágrima secada com mãos de amor, por cada energia positiva enviada por todos os meus amados anjos da guarda que vivem na minha vida em forma de amigos, de família, de namorado...

Enfim... Agradeça você também ao Senhor, à Deus, à seus Anjos, ao Universo ou a quem quer que seja. Mas agradeça pelo dia de hoje, pelas bençãos, pelas dádivas, por estar vivo. E aproveite muito cada segundo deste dia, e o que virá pela frente é lucro.

* 04.04.10 / Nono dia de internamento, com previsão de mais pelo menos 14 dias pela frente...
* Ao som de http://tumblr.com/xcu1zwu3d1 (Top5com7 - Joyce Jonathan)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os bastidores de um sorriso.

O mundo pode estar caindo, mas eu sempre tentarei manter um sorriso no rosto, e um mantra que diz: "força, fé e coragem".

Isto não é hipocrisia, não. É a minha forma de enfrentar o mundo. Eu danço valsa com médico plantonista na UTI; eu passeio no shopping com o "cachorrinho" (também conhecido como cilindro de oxigênio); eu dirijo cantando com este "cachorrinho" no banco do passageiro; eu danço no meio da roda de amigos, sentada na cadeira de rodas... Eu vivo a vida... VIVO.

Mas... Os bastidores de qualquer espetáculo são delicados, intensos e cheios de detalhes... E devo afirmar que os bastidores de um sorriso, ou os bastidores do meu sorriso, não deixam de ser diferentes.

Por muitas vezes, o que desencadeia um sorriso é uma noite no quarto escuro acompanhada de umas lágrimas, ou ainda uma série de dores, de lutas, de angústias. Um sorriso é uma forma de dizer "sorrindo": ufa, venci mais esta.

E, quando menos espera, tudo começa novamente... E os bastidores do sorriso se refazem, esperando o novo que virá depois da tempestade.

Mas, num dia bastante triste, os bastidores dos meus sorrisos tiveram nomes e sobrenomes. Além das dores, das angústias, dos medos, da vontade de estar perto de quem está longe e não está bem, das inseguranças, o que precedeu um novo sorriso foram colos, palavras, afagos e a certeza de que SIM, ficaria tudo bem e tudo daria certo.

Pois bem. Espetáculo preparado, detalhes revistos, lágrimas que rolaram, dores que passaram para que então o sorriso pudesse mais uma vez apresentar o espetáculo "Sorrindo acima de tudo". Sorrindo com o coração, com a alma, e de dentro para fora.

Um beijo especial para todos os que fizeram parte dos bastidores deste sorriso que há tempos eu não via: Cris Zancan, Luciano Piazzetta, Kézia, Marianne, Silvia, Felipe, Marcello, Allan, Edson, Romeu, Miqueli, Bebel, Fabrício, Alex Barbosa, Mãe, Cristina, Cristiano, Bóris, Alberto, Dr. Mauro, Talita, Fernanda, Leonardo, Lizi, Kike, Nanda, Daniel Loures, Tuiteiros da Baixada, Rafa Dourado, Ulelo, Nanda de Lima, e tantos outros...

São muitas as pessoas que, em poucos dias, tiraram os raios e trovões da tempestade que eu estava vivendo e deixaram só umas gotinhas de chuva, pra ficar mais fácil daqui pra frente... Amor sem fim e gratidão eterna por este bastidor inesquecível! :)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ser menos e Estar mais.

Quantos "What's on your mind?" ou "No que você está pensando agora?" você respondeu hoje pelo Facebook? E quantos desejos de "bom dia" você respondeu?

Quantos "What's happening?" você respondeu via Twitter hoje? Quantos tweets você postou? E quantos bilhetinhos de amor, seja com 140 caracteres ou mais, você escreveu e entregou hoje?

Quantas frases bonitas no Twitter você retwittou? E quantas das "boas causas" que você conhece, você compartilhou com alguém?

Quantos scraps no orkut, feed de notícias no facebook e tweets no Twitter você leu hoje? E livros? Quantas páginas sentadas no sofá ou em uma confortável cadeira na varanda você leu?

"Somos" muito tecnológicos enquanto somente deveríamos usufruir do momento "estou" tecnológico. A diferença entre o ser e o estar, como sabem, é gritante. Ser doente é absolutamente diferente de estar doente. Estar é momentâneo, passageiro. Ser é possessivo, dominador, as vezes e dependendo da pessoa, é imutável.

Quando falo que deveríamos apenas "estar" tecnológicos, quero dizer que - sim - devemos usufruir das delícias desta vida virtual, dos aprendizados, das pessoas que conhecemos virtualmente e que não conseguimos por vezes explicar como gostamos tanto delas.

Mas, que tal escrevermos menos Tweets e mais bilhetinhos de amor para surpreender aquela pessoa que queremos tão bem? Que tal, ao invés de responder ao Facebook "no que você está pensando agora", apreciar um final de tarde com uma pessoa querida, dizendo para ela e nos olhos dela tudo o que está pensando agora, tudo o que está acontecendo agora, enfim... Sendo menos virtual e passando mais tempo no estágio "estou" mais próximo da vida, da alma, do toque, do carinho, do contato...

Ser menos pessimista e passar mais tempo no estágio "estou de bem com a vida".
Ser menos rancoroso e usufruir mais dos momentos "estou de bem com você".
Ser menos vaidoso e usufruir mais dos momentos "estou feliz assim".

E, por que não permitir a evolução e afirmar com convicção: Sou e Estou feliz. Sou e estou completo.

E é aí que muitos de nós queremos chegar, ser e estar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nos embalos de sexta-feira...

"É só pensar em você que muda o dia, minha alegria dá pra ver... Não dá prá esconder, nem quero pensar se é certo querer... um beijo seu e eu vou só pensar em você. Se a chuva cai, se o sol não sai, penso em você... Vontade de viver mais em paz com o mundo e contigo!"


Ah, o amor.

Sou extremamente apaixonada pela vida e, parafraseando uma grande amiga, sou intensa em cada milímetro de existência...

Além deste amor imensurável pelo simples fato de acordar, agradecer, sentir a brisa que entra pela janela, apreciar o nascer do sol, deliciar-se com o cheirinho de café que surge da cozinha, apaixono-me também por detalhes, os maravilhosos detalhes do dia-a-dia...

Por que não se apaixonar pelas árvores, por exemplo? Elas tem um poder apaixonante e motivador de enfrentamento frente à tempestades, chuvas mais levianas, dias de calor intenso, dias de muito frio... Ah, como eu gostaria de ser assim como ela... Passar por uma tempestade e sair praticamente ilesa. De certa forma, me identifico com elas em vários aspectos. As raízes, as bases, são como nossa família e nossos amigos verdadeiros. Por alí ficarão até nossos últimos dias, e, quando estes chegarem, são estas raízes que manterão vivas as lembranças nas memórias de quem amamos, e vice-versa.

O sol, por exemplo, tem o dom de iluminar, esquentar a nossa vida, fornecer saúde... Mas, sabe bem a hora de se esconder, não ofuscando o brilho das nuvens e da chuva. Isto chama-se humildade. Por maior, mais forte e mais brilhante que ele seja, ele é humilde. Ele chega de mansinho pela manhã, esquenta, clareia, e se vai, permitindo que a lua apareça, brilhe e encante à todos. Cada um no seu momento, à seu tempo, e com seu papel...

E tem pessoas que, assim como o sol e como a árvore, aparecem em dias de tempestade, nos dão forças para que tenhamos a capacidade de nos mantermos intactos ao chão e às nossas raízes, e que tenhamos fé para esperar o retorno do sol e a tranquilidade da lua... Estas pessoas são apaixonantes, intensas, encantadoras, amáveis... Iluminam e aquecem a vida como sol, são fortes e nos protegem como as árvores, e brilham embelezando as noites como a lua...

Ah, o amor. Como ele nos deixa apaixonados por tudo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nunca diga nunca.

Ela é sensível, romântica, emotiva. Tem um lado "Ameliè Poulain" absolutamente perceptível.

Se entrega de corpo e alma, e, em muitas vezes, muito mais de alma à qualquer causa que lhe pareça pertinente.

É inteligente, culta, ama estudar, troca muitos convites por um bom livro embaixo das cobertas, acompanhada de seu chá preferido.

Ela já se apaixonou sim... E já sofreu demais. Justamente por ser esta Ameliè Poulain do século 21, atrelado ao seu perfil emotiva, romântica, sensível e sentimental. Nestes momentos, onde o possível príncipe encantado aparece à sua frente, ela esquece todas as fórmulas do sucesso, todas as técnicas aplicadas em seu consultório com seus pacientes, cujas demandas são relacionadas à desilusões amorosas.

E ela, um dia, prometeu nunca mais se apaixonar. Ao mesmo tempo, de forma contraditória, ela prega convicta a afirmação "nunca diga nunca".

E hoje ela volta atrás. Pede desculpas por um dia ter dito isto. Limpa seu coraçãzinho para que ele esteja bem arrumado e bem disposto, novamente, para o que der e vier.

E que venha o amor... E que ela possa dar o amor que tanto sabe.

Caia, lágrima. Eu deixo.

Caia, lágrima querida. Eu deixo você descer pelo meu rosto em paz, com a tranquilidade e serenidade que lhe é peculiar.

E na descida por este escorregador em formato de bochecha, traga consigo todos os meus medos, angústias e tristezas. E quando você chegar ao final do escorregador, pertinho do queixo, derrube todos estes sentimentos ruins aí do alto e deixe-os cairem até o chão... E que por lá fiquem. E traga novamente pelo meu rosto as suas amigas "lágrimas de alegria", aquelas que sempre aparecem quando recebo uma ligação de alguém especial, ou uma notícia boa, ou um beijo apaixonado. Que aparecem juntas com o nó na garganta quando minha mãe me abraça e diz "força, minha filha".

Traga sempre, lágrima querida, todas as suas companheiras que surgem nos momentos bons da minha vida. E diga para elas aparecerem sempre, todos os dias se quiserem! Minhas bochechas de corticóide podem ser um parque de diversões para elas, onde elas vão brincar de escorregar sem parar! E cair do queixo até o chão será como um delicioso vôo de parapente... Ah, que delícia! Elas vão gostar, eu sei!

E as lágrimas ruins, por favor, peço que elas tirem férias. Mas tirem férias acumuladas, daquelas que você fica anos sem voltar! Peça que aproveitem também para tirar o banco de horas acumulado por tantos dias de trabalho... Que saiam prá bem longe e não voltem tão logo. Só voltem para aquele famoso "aprendizado nos momentos difíceis", mas prometo ser boa aluna, aprender rápido, e mandá-las embora novamente.

Bom, querida lágrima, que agora escorre novamente... É só isso que te peço. Dê férias para as lágrimas ruins, por favor... Obrigada.

* Publicado por Verônica Stasiak em 03/08/10 no portal www.unidospelavidafc.com

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Já e Só.

Era verão... Fazia muito calor e, como já era previsto, a chuva veio forte naquela tarde. Após o término da serenata celebrada pelas gotas que batiam no vidro, abri a janela para ventilar a casa. Debrucei-me no parapeito e olhei para baixo. Quatro crianças muito felizes corriam pela quadra de esportes que, devido à forte chuva, parecia uma grande e rasa piscina. Espirravam água uns nos outros, pulavam, jogavam bola. Ainda garoava e nenhum sentimento de "medo" surgia naqueles meninos, aparentemente muito saudáveis.

Na minha mentalidade cuidadosa, pensei: quatro candidatos à pneumonia amanhã mesmo.

Ao pensar isto, um filme passou claramente pela minha cabeça. Se brinquei na chuva ou depois dela, no dia seguinte com certeza deixei de ser candidata e fui contratada pela pneumonia.

Uma lágrima teimou em escorrer pelo meu rosto, olhei para minha mãe e disse: Mãe, que perigo! Eles podem pegar uma pneumonia - (silêncio). E... nossa, eu tenho 24 anos... e nunca pude fazer isto... quando fiz, fui punida - ou por vocês, ou pelo meu médico, ou pela própria pneumonia.

Contudo, hoje, com 24 anos e com o tratamento de saúde devidamente alinhado e o quadro clínico estável, acho que poderia me presentear com um banho de chuva, sem me preocupar com a candidatura à pneumonia. Graças à minha disciplina, aceitação e paciência. (Próxima chuva, aí vou eu!)

Mas, ao mesmo tempo que pensei que tenho 24 anos e nunca brinquei na chuva, inverti a afirmação e me surpreendi ao perceber quer tenho 24 anos, e que, mesmo nova, passei por muita coisa, sobrevivi muitas vezes, renasci pelo menos 4 vezes, estou bem...

Não pergunte para ninguém "o quanto de coisas você viveu". Somente você consegue mensurar e definir o peso do "quantum de coisas" que passou. Só eu posso dizer se a minha unha quebrada dói mais que sua perna quebrada. Cada um é cada um e cada dor / situação é peculiar.

Para conseguirmos analisar as situações por outro ângulo, para enxergarmos o "" de todo "", basta um pouco de "coração e mente abertos". Sempre haverá um outro lado. Sempre o "" terá um "". Eu sofri tanto mas perto de outras pessoas, passei por isto. E hoje estou bem, cada vez melhor e extraindo aprendizados de todas as lutas e batalhas, vencidas ou não.

Basta analisar e trocar a cor da lente do "óculos dos olhos", pois ver tudo escuro faz mal...
Eu troquei a minha lente, e tinha colorida. :)