terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Caia, lágrima. Eu deixo.

Caia, lágrima querida. Eu deixo você descer pelo meu rosto em paz, com a tranquilidade e serenidade que lhe é peculiar.

E na descida por este escorregador em formato de bochecha, traga consigo todos os meus medos, angústias e tristezas. E quando você chegar ao final do escorregador, pertinho do queixo, derrube todos estes sentimentos ruins aí do alto e deixe-os cairem até o chão... E que por lá fiquem. E traga novamente pelo meu rosto as suas amigas "lágrimas de alegria", aquelas que sempre aparecem quando recebo uma ligação de alguém especial, ou uma notícia boa, ou um beijo apaixonado. Que aparecem juntas com o nó na garganta quando minha mãe me abraça e diz "força, minha filha".

Traga sempre, lágrima querida, todas as suas companheiras que surgem nos momentos bons da minha vida. E diga para elas aparecerem sempre, todos os dias se quiserem! Minhas bochechas de corticóide podem ser um parque de diversões para elas, onde elas vão brincar de escorregar sem parar! E cair do queixo até o chão será como um delicioso vôo de parapente... Ah, que delícia! Elas vão gostar, eu sei!

E as lágrimas ruins, por favor, peço que elas tirem férias. Mas tirem férias acumuladas, daquelas que você fica anos sem voltar! Peça que aproveitem também para tirar o banco de horas acumulado por tantos dias de trabalho... Que saiam prá bem longe e não voltem tão logo. Só voltem para aquele famoso "aprendizado nos momentos difíceis", mas prometo ser boa aluna, aprender rápido, e mandá-las embora novamente.

Bom, querida lágrima, que agora escorre novamente... É só isso que te peço. Dê férias para as lágrimas ruins, por favor... Obrigada.

* Publicado por Verônica Stasiak em 03/08/10 no portal www.unidospelavidafc.com

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