segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais e Mais.

Numa tarde fria, uma amiga muito querida me diz: "Vero, eu e você precisamos escrever mais".

Kézia também é apaixonada por escrever e tem um blog bem bacana, clica aqui para conhecer! ;)

Aquela frase esquentou meu coração de um jeito e a certeza de que precisamos expor nossos sentimentos sem vergonha alguma se fez presente.

Vivemos em um mundo frio, difícil, onde tomamos cuidado para dizer "eu te amo" ou "você é importante para mim". Somos cautelosos, não que não seja necessário, mas cuidamos demais daquilo que pode muito bem viver por si só, com o sopro da vida.

Temos medo de nos machucarmos mais até do que cair de bicicleta, ou do que de bater o carro. Ah, levante a mão quem acha que machucado físico dói mais do que coração partido. Eu não concordo...

Minha mãe sempre me diz: "Filha, cuidado para não se machucar, te quero feliz...". Não sei se é meu signo libriano que me deixa assim, mas gosto de contar o que sinto, de compartilhar. Se eu cuido? Claro que cuido. Não faço aqui uma apologia aos gritos de eu te amo sem pensar, mas acho que se as pessoas tivessem menos medo de VIVER, de se apaixonar e de sentir, o mundo seria melhor. Ou pelo menos o mundo dela.

Já sofri por ter dito algo que não deveria, mas ao mesmo tempo fui mais feliz por ter dito do que por ter dormido com o pensamento "por que é que eu não falei nada!!!".

Ame. Sinta. Chore. Grite. Lute. Perdoe. VIVA.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sou feliz por ser assim.

Como alguns de vocês sabem, descobri que tenho Fibrose Cística em Outubro de 2009. Esta doença é genética, ainda sem cura e progressiva, e seus principais sintomas são: pneumonia de repetição, tosse crônica, dificuldade em ganhar peso e estatura, etc.

Desde que descobri, iniciei um trabalho de divulgação dos sintomas a fim de que as pessoas ao meu redor pudessem conhecer melhor e ajudar alguém, visto que eu passei 23 anos se diagnóstico e ela já está num estágio avançado em virtude desta demora da descoberta.

Fundei então o Grupo Unidos pela Vida (www.unidospelavidafc.com), que, para nossa alegria, está indo super bem. Ele nunca foi meu e hoje ele é do mundo, amém! ;)

Um dos trabalhos que fazemos é ministrar palestras e aulas voluntariamente, para diferentes públicos, contando uma nova história, uma "história de fibra", na esperança de que a corrente do bem continue e que estas pessoas levem este novo conhecimento adiante.

E hoje, 12.05.11, foi um dia bem marcante neste processo de Palestras do Unidos pela Vida. Fui convidada por uma amiga para ministrar esta palestra com cunho motivacional, contando o que é a Fibrose Cística, como foi a minha peregrinação até o diagnóstico e a fundação do Grupo para uma equipe de aproximadamente 30 profissionais da saúde de um hospital municipal de uma cidade da região metropolitana de Curitiba.

Já ministrei palestras e treinamentos para mais de 1000 pessoas durante meus anos em Recursos Humanos. Mas falar sobre o meu amor pelo Unidos, falar sobre a minha história e sobre meu sonho de divulgar cada vez mais e tentar doar mais vida às pessoas, me trava a garganta, me estremece as pernas, me amolece o coração...

Confesso que a noite passada não foi das melhores, e talvez tenha entrado para o Top 10 das piores. Acordei com dor de cabeça, indisposta, com vontade de ficar na minha cama quentinha durante várias horas, sem ser incomodada. Mas a vontade de fazer o bem é maior. Não posso ser egoísta a ponto de dormir com a informação na minha cabeça, quando outras pessoas que ainda não conhecem podem precisar dela...

Dito e feito. Fiz a pergunta "quem já ouviu falar em Fibrose Cística?". Imaginei que daquelas pessoas de branco, pelo menos mais da metade levantaria a mão, afinal de contas são profissionais da saúde, atuam dentro de um hospital. Duas levantaram a mão... E não conhecem a FC por já terem trabalhado com isto, conhecem porque perderam entes queridos em virtude das complicações da FC...

E, neste momento, quando vi que todos aqueles anjos de branco que tanto nos ajudam quando precisamos, que tanto convivem com pacientes que, por muitas vezes, estão à mercê de um diagnóstico impreciso ou da falta de um diagnóstico, pensei: "Que bom que criei forças e não desanimei do meu objetivo. Que bom. Muitas pessoas precisam desta informação..."

E mais uma vez o mundo provou para mim o quanto o nosso Grupo Unidos pela Vida - por muitas vidas - tem feito a diferença. Vamos continuar... Vou continuar. Tenho orgulho de ser uma "pessoa de fibra" e por ter amigos e familiares como os meus que acreditam, sonham junto, e abraçam a causa pelo bem dos outros...

Sou feliz por ser assim.